Hidropolítica e o jogo de escalas: conflitos por água e relações de poder no semiárido

Aryan Carlos Oliveira Silva, Edu Silvestre Albuquerque

Resumo


A iminência de crises hídricas tem levado instituições públicas, privadas, governos, cidadãos e grupos da sociedade civil a um olhar mais atento em relação ao uso da água. As regiões semiáridas, naturalmente propícias às secas, encontram dificultando na manutenção das necessidades básicas e produtivas. Essa problemática se agrava com a miséria social crônica instalada na região, concentração da propriedade da terra, política públicas que não se efetivam e relações de poder dissimétricas. Assim, conflitos por água eclodem em escalas diversas, englobando diferentes atores, que ao passo que defendem seus interesses políticos ou econômicos, produzem e reconfiguram o território do semiárido. Desta forma, a hidropolítica vai se desenhando não apenas nos conflitos envolvendo os corpos d'água, mas também, no uso social ou econômico da água, que se faz presente no cotidiano da sociedade. Portanto, objetivamos analisar o contexto hidropolítico e as relações de poder no semiárido, bem como as interações dos atores nos conflitos por água. Especificamente, pretendemos: a) identificar as relações hidropolíticas presentes no semiárido; b) caracterizar as relações de poder no contexto hidropolítico e; c) apontar a interrelação entre conflitos por água e relações de poder no semiárido. As muitas relações de poder dissimétricas características da hidropolítica e dos conflitos por água no semiárido, vão para além da questão da propriedade da terra e de tudo o que ela contém. Estas envolvem as relações de poder, as escalas diversas, construção e configuração dos sistemas de adutoras, as políticas de abastecimento, como os caminhões-pipa, o tratamento e reuso do esgoto. 

Palavras-chave: Hidropolítica; Conflitos por água e Relações de poder


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.