CONSERVADORISMO ANGLÓFONO VERSUS TRADIÇÃO POLÍTICA CATÓLICA: UMA CONTROVÉRSIA EPISTEMOLÓGICA

Renan Pires Maia, Betina Meister Gehrke Maia, Pablo Giorgio Costa de Sousa Lima

Resumo


O trabalho que ora se apresenta diante do leitor tem como alvo explorar uma questão controversa – a das diferenciações e contrariedades existentes entre o conservadorismo de origem anglófona e a tradição política católica. A despeito do fato de ambas as escolas coincidirem em vários pontos no que concerne aos valores defendidos – por exemplo, valores como família tradicional, liberdade, propriedade e outros –, cada uma parte de um pressuposto epistemológico ou gnosiológico diferente e até mesmo contrários um ao outro. Historicamente, desde suas raízes até a contemporaneidade, o catolicismo parte de uma perspectiva jusnaturalista, em que a lei humana emana de uma lei natural, inscrita na natureza das coisas pelo próprio Deus. Tal concepção jusnaturalista se assenta também numa epistemologia que postula a capacidade humana de conhecer racional e abstratamente esta lei natural. O conservadorismo, por seu turno, rejeitará o jusnaturalismo tendo como base a incapacidade de a razão humana conhecer a lei natural (posição cética) e a ideia de que as leis humanas, antes de derivarem de princípios racionais, devem derivar da experiência de um povo e das circunstâncias. Temos, assim, duas bases antitéticas que farão com que as duas escolas de pensamento político só coincidam do ponto de vista dos valores contingentemente.


Palavras-chave


Catolicismo; Conservadorismo; Política.

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